AGMP - Associação Goiana do Ministério Público -

As Reformas e as Pessoas

22/07/2017

As Reformas e as Pessoas

As reformas e as pessoas

Em uma democracia, espera-se que as pessoas definam quais direitos devem ser assegurados e defendidos por seus representantes, e que estes não sirvam de instrumentos aos interesses do mercado, do sistema financeiro e dos grandes grupos econômicos. 

Portanto, reformas estruturais de um País democrático têm de ser amplamente discutidas com a sociedade para alcançarem legitimidade. Porém, ocorre hoje no Brasil um desmonte dos direitos sociais com o nítido propósito de equilíbrio/ajuste fiscal de governos perdulários, com a intenção de beneficiar o sistema financeiro e perpetuar a prática fisiológica de cooptação política, com gastos em obras públicas de viés eleitoreiro, sem esquecer os esquemas para pagamento de vantagens espúrias.

Alheios aos fatos recentes que descortinaram eventos sorrateiros da prática de nossos políticos, capazes de ruborizar até o mais devasso personagem da literatura mundial, insistem em manter uma agenda “reformista” sob o singelo argumento de que é “a reforma que o Brasil precisa”.

Falaciosa argumentação afasta as pessoas da discussão acerca de seu futuro quando trata como verdade incontestável dados escamoteados fornecidos pelo governo federal. Querem nos fazer acreditar que tudo que afirmam é verdade ungida por uma aura de pureza quase divinal. Isso, porque, se não aceitarmos as reformas que eles querem, o País quebraria.

Tentam iludir a todos com uma propaganda bem elaborada, que manipula dados e provoca o medo das consequências que seriam infligidas aos carentes e dependentes de ajuda do Estado; quando, na verdade, a intenção é retirar-lhes a proteção social.

As pessoas deveriam vir em primeiro lugar de interesse em qualquer reforma, e são as pessoas que o Ministério Público busca proteger e defender.

A Associação Goiana do Ministério Público (AGMP) pôs-se na vanguarda das lutas em defesa dos direitos sociais e contra o escárnio que chamam de reforma da previdência, na qual os mais humildes pagarão pelo ajuste fiscal escamoteado que interessa ao mercado e aos grandes grupos econômicos.

A seguridade social, na qual está inserida a previdência, é superavitária e terá seus recursos “redirecionados” para o ajuste fiscal; ou seja, para cobrir o rombo de quem ou desviou recursos públicos, ou gastou mal.

O Ministério Público continuará a atuar na defesa das pessoas; de seus direitos constitucionais mais básicos, visando garantir o exercício pleno da democracia; pois a caravana passa, com dinheiro sobrando para salvar a pele de políticos encrencados com a lei, e faltando para garantir direitos sociais. 


Voltar
Associação Goiana do Ministério Público
Rua T-29, 1758 - St. Bueno.
Cep: 74.215-050, Goiânia - Goiás
Fone: (0xx62) 3285-6660
SAMP
Fone: (0xx62) 3274-3513
www.samp.org.br