27/02/2015
“É o estado democrático de direito que está em jogo. Se o Ministério Público está sofrendo atentados, imagine o povo, que é defendido pela instituição”. Com essas palavras, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, definiu a indignação e a mobilização dos membros do Ministério Público de todo o paÃs a respeito do atentado sofrido pelo promotor de Justiça Marcus VinÃcius Ribeiro, baleado quando saÃa da Promotoria de Justiça de Monte Carmelo (MG), onde atuava, na noite do último sábado. Janot e representantes do MP de todo o Brasil participaram de ato nesta sexta-feira, em Uberlândia, em repúdio ao atentado sofrido pelo promotor e em defesa da atuação do MP.
O procurador-geral da República elogiou a interação entre o MP e a polÃcia de Minas Gerais, que permitiu que os autores fossem logo identificados. Foram presos em flagrante o ex-vereador Valdelei José de Oliveira, acusado de ser o mandante do crime, e o filho dele, Juliano Aparecido de Oliveira, identificado como executor. Atingido por quatro tiros, o promotor foi levado para Uberlândia, onde se recuperou. Ele, inclusive, participou do ato realizado ontem. Presidente da AGMP e coordenador da Comissão de Defesa das Prerrogativas da Associação Nacional dos Membros do MP (CONAMP), Benedito Torres Neto defendeu que a reação deve ser forte para que haja respeito ao trabalho do MP. “Não podemos nos acostumar com essas barbáries”, afirmou.
Coordenador do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC) e procurador-geral de Justiça de Rondônia, Everton Aguiar ponderou que os casos recentes de violência contra membros do MP mostram que o trabalho de promotores e procuradores de Justiça de3ve ser considerado de alta periculosidade. “Não basta fazermos um ato como esse, é preciso que haja atitudes concretas”, definiu.