22/05/2015
A colaboração premiada, introduzida pela nova Lei Anticorrupção, é o grande diferencial nas investigações da Operação Lavajato, que investiga um esquema criminoso infiltrado há anos na maior empresa estatal brasileira, a Petrobras. A conclusão é do procurador da República Roberson Pozzobon, um dos procuradores designados para atuar especificamente nesta operação. Ele apresentou o segundo painel do segundo dia do Congresso Internacional de Enfrentamento à Corrupção, que está sendo realizado pela Associação Goiana do Ministério Público (AGMP).
Ele alertou que em delitos de corrupção empresarial é importante identificar os operadores financeiros, porque eles são o elo entre corrupto e corrompido. Sobre a corrupção sistemática, que prolonga-se por anos e anos, Pozzobon questionou se os mecanismos tradicionais são suficientes para enfrentar esse sistema criminoso, para concluir: “É necessário ampliar a gama de provas, ampliar os meios para, consequentemente, também ampliarmos os resultados”. Pozzobon destacou que a nova lei introduziu técnicas especiais de investigação, como colaboração premiada, monitoramento telefônico e acordo de leniência, entre outros. “Com essa lei, queremos não os bonzinhos, mas os piores criminosos”, concluiu.
A mesa foi presidida por Heloisa Helena Godinho, do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE).